quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

No teu castelo...

No teu castelo fazes dela a tua princesinha perfeita. Talvez esperasses ou achasses que ela havia nascido no momento em que te conheceu, que outros amores não teve e que o seu único amigo serias tu!
A verdade sempre te irritou e ao saíres do castelo vias a realidade da vida. Um passado com outros amores, um presente cheio de amigos que também queriam atenção, e o futuro nesse momento desfazia-se na sua cabeça.
Mas o que realmente querias? Até hoje ela não consegue entender. Ela deu-te o melhor! Não digo nem que tenha sido amor, às vezes até ela duvidava. Ela deu-te todos os pensamentos e olhares involuntários que possuía e as mais belas palavras que do seu coração já saíram.
No seu castelo ela foi a ratinha do café da manhã, a espaçosa que queria dormir abraçando-te, mas que sempre te fazia desistir e ir dormir no chão. A dona das mãos que desarrumaram sua escrivaninha e que tu tiveste o maior prazer de arrumar.
Lá, no teu castelo, ela sentia-se unicamente importante, como se por encanto aquelas paredes e poucos móveis tivessem o poder de traduzir pensamentos e palavras. Sim!!! Porque vocês realmente falam línguas diferentes.
Ela não queria ser a tua única amiga, nem que a casa dela fosse a tua única opção na sexta à noite, tão pouco queria tomar o teu tempo de estudos. Ela queria ser a tua melhor amiga e que tu fosses o dela, queria que tivesses muitas opções para a sexta-feira a noite e que fizesses questão de ela estar do teu lado em todas elas e principalmente rezava e ainda reza todos os dias para que o seu esforço não seja em vão.
Mesmo sem ter a certeza do que quer de ti hoje, mesmo que ainda entendas tudo errado e faças tudo errado também, mesmo que sigas em frente sem arrependimentos, às vezes, assim de vez em quando, quase que como um ritual nocturno, como um sonífero, ela dá por si voando nos seus pensamentos, pensando em como teria sido se tivesse existido.
Pensa nos erros que cometeu e conclui sempre que o seu erro foi mostrar ou dizer amar sem agir como quem ama, com um medo real de se entregar. E irrita-se ao concluir que vocês temiam exactamente a mesma coisa... Amar mais do de pretendiam de novo!
Talvez ela seja prepotente ao imaginar que esse amor seria inevitável. Mas aquele teu olhar que no espelho reflectia o dela, aquele abraço que matava o frio e acalmava, aquela loucura que ultrapassava compartimentos, até o castelo concorda na tua fria indiferença e condição de simples tradutor (ou seria mágico?)... Não podia ser mentira!
Hoje ela procura o seu próprio castelo, talvez ela encontre um para ela perfeito, com outro tipo de magia, talvez um que traduza os seus sentimentos.
Não te vê, não tem notícias, mas às vezes ela ainda sente e tenta esquecer ao lembrar que hoje no teu castelo uma nova princesa habita.

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